domingo, 2 de dezembro de 2007

Luto do amor




Desejo embebedar-me de amor
Perder-me na valsa da loucura
Vagar em vão no vasio da paixão

Pertercer a mim mesma
Cavar-me a superfície
Me alimetar do suor do desejo

Em procissões de loucura
Em rezas de prazer
Coberta pelo luto de tanto amar

Entrego-me ao meu devorar
Exploro meu íntimo

Devasto meu utero

Penetro
Penetro
Penetro

Rasgar, abrir, entrar
Levitar sobre meu corpo
Amadiçoo-me com cálices de paixão
E gotas sangrentas de tesão

Flutuo nas ondas de um violino
A desaguar sobre meu ventre
Embebedo-me desta solidão




sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Delírio




" A tristeza me apunhalou ao encontar-me desatenta e guardou-me a sete chaves. Penetrei em todos meus buracos interiores, desvendei meu universo vazio, cavei minha morte. Dormi em seus braços, recebi teu veneno, desfrutei da dor, uma fruta amarga e ácida. Sonhei a realidade por diversas noites. Em uma delas, notei um sorriso tímido do meu coração. Acordei nos braços do amor, coberta de seda e rosas vermelhas que exalavam o perfume de uma das mulheres que em mim habitam. A senhora Santa Ilusão lançava sobre meu corpo gotas de paixão, e, ao fundo, tocava-se a arpa da solidão. Delírio maldito, nem dor nem amor me faz feliz..."

Pariram



Dei as mãos a tristeza

Caminhei ao lado da solidão

Mergulhei no vasio

Acompanhada das lágrimas que meus olhos pariram


Pariram mágoas

Pariram ilusões

Pariram escamas de ferro que cortavam-me a cada retomada de fôlego


Meu destino?

O poço da desilusão

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Salto das sombras


Compomos alegrias
Tocamos notas vazias
Cantamos ilusões

Geradas pela dor
Guiadas pelo prazer
Trilha sonora da emoção

Nosso submundo um infinito esconderijo
Venenosas melodias
Vozes de veludo

Almas cintilantes

Bandidas do amor

Cantam,beijam

Entrelaçam-se na cadência da noite


Os segundos tornam-se eternidade

Explodem sorrisos vadios

Doces gargalhadas vazam pelo ar

O silêncio do tempo nos beija






terça-feira, 18 de setembro de 2007


Diga-me quantas habitam em mim

Mulheres, feras, amantes

Vozes, surrurros

Silênciosos seres inconstantes


Fazes de mim ornamento de tua emoção

Devore-me no pulso da valsa

Enlaçe-me no caus incompreendido


Almas minhas

Destinadas a amar

A viver no eterno abismo da dor





Lux Aeterna

Guie meus caminhos sonolentos

Minhas íntimas descrenças

Meu mundo imaginári

Minha fulga

Guie-me ao encontro de diversos sorrisos

Ao mergulho no abraço amigo

A momentos inesquecíveis

Lux Aeterna

Cubra-me com pétalas de amor

Molhe-me de desejos insaciáveis

Beije-me ao cair o véu da noite

quarta-feira, 12 de setembro de 2007


Espinhos de solidão

Perfuram minha pele

Rasgam-me do avesso

Banho-me com sangue de ilusões


As pétalas da rosa

Acariciam meu ventre

Espalham o sangramento

No rítimo da dor







terça-feira, 11 de setembro de 2007

Beije-me às avessas


Beije-me às avessas

Permita meu corpo ter, ao menos uma vez, a lembrança dos seus lábios a roçar minha epiderme em movimentos irregulares que tenham como função regular meu calor, como uma espécie de " termômetro labial" , que não possui o limite ou o mínimo de graus para verificar a temperatura corporal.

Dê-me o privilégio de recordar cada toque de sua saliva a deliciar o sabor da minha carne, no rítimo de uma reza realizada através da fé fervorosa de seus desejos, que não temem em pedir pelo incêndio do meu corpo.

Migalhas espalhadas no meu corpo

Dançam



A cada movimento

Uma dor pulsa

Uma ferida penetra

Delírio insensato



Sangra-me o corpo

Mutilo-me ao respirar

Ofereço meus pedaços ao mar

Serão levados pela eternidade



Olhares, bocas, sorrisos

Pernas, corpos iludidos


Desidentifico-me com o mundo

Desintegro-me do tudo
Torno-me particula ilusória

Guardo-me em pedras flutuantes


Fujo, fujo

Sem destino que me determine

Sem caminhos traçados

Sem identidade marcada


Fujo, fujo

Do verme que corroe

Minha inútil carne

O colo da solidão

Me acolhe


Sou levada até seu leito

Sem ao menos a noção do por que


O carinho da tristeza

Devaneio do conforto


Me envolve na penumbra da vida

Me socorre da alegria forjada

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Minha criança pede espaço
Pede o carinho de outrora
A atênção de uma flor
Fecha a casinha do mundo adulto
Abre as janelas do quarto da saudade
Me quero
Me busco
Só assim
Poderei tocar outras flores
Amanhã meu jardim florescerá
Novas flores irão brotar
Outras antigas
Continuarão lá
Vou brincar, vou cheirar
Quero o mundo Lilás

domingo, 8 de julho de 2007

Sinto a necessidade de criar algo novo, que revolucione o mundo da arte.
O que busco no teatro é mostrar através da arte minha chama interior, para que esta consiga tocar outras chamas interiores.
O que é convencional, ou que agrada a todos, não faz parte do meu objetivo como atriz. A política que busco faz parte da política da Alma, da nossa essência. Daquele pedaço que habita o ser de cada um e, assim, torna-se universal. Quero tranmitir a linguagem interior, o "eu universal".
Não me satisfaço com o que é bonitinho e agradável a todos, mas sim quando realizo um trabalho que não só explorou minha essência, como caminhou e explorou o interior de cada espectador, mesmo que isso tenha acontecido apenas durante aqueles 60 minutos de espetáculo.
Se esta arte que me proponho buscar é verdadeira ou não perante a sociedade, não faço questão de saber, pois já tornou-se parte de mim, um pedaço de mim. Assim, acredito no que busco e tentarei com isso preencher o espaço que arte tomou no meu coração. Não pense que sou egoísta, que faço arte somente para meu contentamento., pois busco a arte dentro de mim e solto-a pelo universo. Mando-a para todas as outras chamas interiores, transmito-a como um legado que carrego.