terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Apocalipse


Inferno divino.
Desperta o vulcão adormecido.
Abre-se a cratera, revelação do vazio. erupção de loucura.

As larvas vestem o corpo franzido de calafrios. A gosma quente aquece a pele, preparação para o gozo do vulcão.
A garganta expande e contrai, vertigem dos vermes prestes a nascer. Roçam os lábios, ardem o ventre, latejam a cabeça em busca da saída.

Silêncio! O corpo escuta o choro agonizante da alma. Trata-se de uma espécie de canto agudo choramingado, em que a voz trêmula entoa o tom das lágrimas presas nas cordas vocais. Eis que paira no ar o ultimo refrão inacabado. A dor se encarregou de cortá-lo ao meio.

Contração! Contração!