sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Nuvem Negra


"Passa nuvem negra

Larga o dia
E vê se leva o mal
Que me arrasou

Pra que não faça sofrer mais ninguém"


domingo, 28 de outubro de 2012

Rainer Maria Rilke

“Se procurar amparo na Natureza, no que é nela tão simples e pequeno que quase não se vê mas que inesperadamente pode tornar-se grande e incomensurável; se alimentar esse amor pelo mais ínfimo e se tentar, humilde como um criado, ganhar a confiança do que parece pobre, tudo será para si mais fácil, mais coeso e de algum modo mais conciliador, talvez não no intelecto, que recua atónito, mas no mais íntimo da sua consciência, do seu conhecimento e atenção.

Você é tão jovem ainda, está diante de todos os inícios, e por isso gostaria de lhe pedir, caro Senhor, que tenha paciência quanto a tudo o que está ainda por resolver no seu coração e que tente amar as próprias perguntas como se fossem salas fechadas ou livros escritos numa língua muito diferente das que conhecemos. Não procure agora respostas que não lhe podem ser dadas porque ainda não as pode viver. E tudo tem de ser vivido. Viva agora as perguntas. Aos poucos, sem o notar, talvez dê por si um dia, num futuro distante, a viver dentro da resposta. Talvez traga em si a possibilidade de criar e de dar forma e talvez venha a senti-la como uma forma de vida particularmente pura e bem-aventurada; é esse o rumo que deverá tomar a sua educação; mas aceite o que está por vir com grande confiança, e se ele surgir apenas da sua vontade, de uma qualquer necessidade interior, deixe-o entrar dentro de si e não odeie nada.”

~ Rainer Maria Rilke, “Cartas a um Jovem Poeta”, Carta Quatro, “Worpswede, junto a Bremen”, 16 de julho de 1903 (pgs. 23 e 24)

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Os ombros suportam o mundo

Os ombros suportam o mundo

Tempo de absoluta depuração
Tempo em que não se diz mais: meu amor.
Porque o amor resultou inútil.
E os olhos não choram.
E as mãos tecem apenas o rude trabalho.
E o coração está seco.

Em vão mulheres batem à porta, não abrirás.
Ficaste sozinho, a luz apagou-se,
mas na sombra teus olhos resplandecem enormes.
És todo certeza, já não saber sofrer.
E nada esperas de teus amigos.

Pouco importa venha a velhice, que é a velhice?
Teus ombros suportam o mundo
e ele não pesa mais que a mão de uma criança.

As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios
provam apenas que a vida prossegue
e nem todos  se libertaram ainda.
Alguns achando bárbaro o espetáculo
prefeririam (os delicados) morrer.
Chegou um tempo em que não adianta morrer.
Chegou um tempo que a vida é uma ordem.
A vida apenas, sem mistificação.

Carlos Drummond de Andrade

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Sempre justificamos nossas falhas ... isso aconteceu por isso ou por aquilo. Achamos que tendo uma justificativa, diminuímos ou até eliminamos o nosso erro. E assim erramos novamente e colocamos o outro abaixo até dos nossos erros, tornando a justificativa mais importante e desconsiderando as consequências das nossas atitudes.



terça-feira, 28 de agosto de 2012

Essa música da Elis é tudo que estou vivendo neste momento ...

Sei pra onde vou, agora sei quem sou
Sei do meu caminho, eu sei com quem eu vou
Descubro o riso, invento a luz
Tudo é claro para quem quer ver
Osanah, Osanah

Pela vida afora, eu vou jogado fora
As coisas que eu guardei por guardar
Um passo à frente, um pouco atrás
Mas não fico no mesmo lugar
Osanah, Osanah

Não me importa o tempo, eu vivo aqui e agora
E quero tudo que houver para querer
O que é passado não volta mais
E o futuro inda não chegou
Osanah, Osanah


sexta-feira, 20 de abril de 2012

A Terra Prometida

Poder dormir
Poder morar
Poder sair
Poder chegar
Poder viver
Bem devagar
E depois de partir poder voltar
E dizer: este aqui é o meu lugar
E poder assistir ao entardecer
E saber que vai ver o sol raiar
E ter amor e dar amor
E receber amor até não poder mais
E sem querer nenhum poder
Poder viver feliz pra se morrer em paz
 

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Shakyamuni

Tenhamos o cuidado de errar menos, a coragem de corrigir mais e a vontade de refazer quantas vezes for preciso até acertarmos

Shakyamuni

Poemas escritos nas Oficinas no Teatro Ventoforte (Oficina - Teatro das Mãos)

Pinto, remendo, faço traços de setim
Ponho panos, lenços, fitas e afins
Colorindo,colorindo até não ter fim
E das mãos nascem criaturas de mim

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E lá vai ela
Com seus cabelos de lenço
Seu leque que acaricia o vento
E um vestido que voa no tempo ...
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Gargalha menina, gargalha
Que a vida dança sobre o mar de gargalhadas ...

terça-feira, 10 de abril de 2012

Suspiro do dia

As coisas caminham num labirinto de jogo do contrário onde meu sonho é o cenário da partida.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Nesta manhã, uma flor pintou um lindo sorriso naquele rosto já cansado.
Se déssemos ao próximo mais flores ao invés de sentimentos e palavras negativas, teríamos a cada dia uma galeria de arte e felicidade em nossa alma.
 
 

sexta-feira, 30 de março de 2012

quinta-feira, 29 de março de 2012

É engraçado, na minha vida as coisas sempre possuem um ar inconstante. Sou uma equilibrista, tentando me equilibrar de corda em corda, sem saber direito para onde cada corda me levará. Sempre foi assim, e percebo cada vez mais que sempre será. E de repente surge uma corda, e outra, e outra e muitas outras.
Hoje tenho claramente meu coração como meu guia, não mais meus desejos, não mais o que eu penso que seja certo na frente de tudo ... mas sim o coração. Mas o coração não significa seus próprios desejos? Pois é, nem sempre. Percebi que muitas vezes ele não concorda com meus desejos, com os meus ares sensatos ou qualquer coisa do tipo. Muitas vezes as cordas em que tenho que me equilibrar são opostas aos meus desejos, daí percebo que realmente muitas das coisas que eu desejava, não desejava de coração. Eu queria, queria muito, mas às vezes nem sabia o  porque e o que  queria, e aos poucos isso se perdia no vento da caminhada.

Registro aqui então que nesses últimos tempos aprendi mais um ponto dessa minha jornada equilibrista: deixar o coração guiar, pois ele sabe o que a ele pertence!




Às vezes quero somente poder desfrutar dessa alegria sublime por um minuto que seja, sem que as preocupações e anseios me amordassem novamente.


quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

E eis que depois de uma tarde de "quem sou eu" e de acordar à uma hora da madrugada em desespero. Eis que às três horas da madrugada acordei e me encontrei.
Fui ao encontro de mim. Calma, alegre, plenitude sem fulminação.
Simplesmente, eu sou eu, você é você.É livre, é vasto, vai durar.
Eu não sei muito bem o que vou fazer em seguida mas, por enquanto, olha pra mim, e me ama! Não! Tu olhas pra ti e te amas.
É o que está certo.


Clarice Lispector