sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Delírio




" A tristeza me apunhalou ao encontar-me desatenta e guardou-me a sete chaves. Penetrei em todos meus buracos interiores, desvendei meu universo vazio, cavei minha morte. Dormi em seus braços, recebi teu veneno, desfrutei da dor, uma fruta amarga e ácida. Sonhei a realidade por diversas noites. Em uma delas, notei um sorriso tímido do meu coração. Acordei nos braços do amor, coberta de seda e rosas vermelhas que exalavam o perfume de uma das mulheres que em mim habitam. A senhora Santa Ilusão lançava sobre meu corpo gotas de paixão, e, ao fundo, tocava-se a arpa da solidão. Delírio maldito, nem dor nem amor me faz feliz..."

Pariram



Dei as mãos a tristeza

Caminhei ao lado da solidão

Mergulhei no vasio

Acompanhada das lágrimas que meus olhos pariram


Pariram mágoas

Pariram ilusões

Pariram escamas de ferro que cortavam-me a cada retomada de fôlego


Meu destino?

O poço da desilusão