terça-feira, 20 de maio de 2008

Devaneios


Uma mulher sozinha. Não, não sozinha! Como companheira, a solidão!Reveste-me do caos vazio esta ilustre coméia ! Ferroa-me com o mel da boca mais rosada que meus olhos um dia teve a permissão de espelhar.É engraçado como é possível haver prazer na dor de nada ser!Vejo-me aprisionada em uma cela com paredes de vento, grades de papel carmim, trancas de setim. Somente o frio sopro que me aquece as orelhas incomoda-me ao ponto de meu delírio sobrepujar minha insanidade.Aqui estou presa em mim!Talves seja o momento mais sublime de minha exploração inconsciente, ou a morte de todas as minhas mortes.Olho não sei para onde.Tento enxergar creio que a mim mesma nos focos vazios em que meu olhar insiste em penetrar. Procuro a procura perfeita! Procuro olhar a procura que tenha pelo menos o que procurar.Meus olhos rasgam a imensidão, cortam-na ao meio e tornam-se meros vultos solitários que findam em cinzas ao léu.