" Não, van Gogh não estava louco, mas suas telas eram jorros de substância
incendiária, bombas atômicas cujo ângulo de visão, ao contrário de toda a
pintura com prestígio na sua época, teria sido capaz de perturbar seriamente o
conformismo espectral da burguesia do Segundo Império e dos esbirros de
Thiers, Gambetta, Félix Faure, assim como os de Napoleão III.
Pois a pintura de van Gogh ataca, não um determinado conformismo dos
costumes, mas das instituições. E até a natureza exterior, com seus climas, suas
marés e suas tormentas equinociais não pode mais manter a mesma gravitação
depois da passagem de van Gogh pela Terra." (Antonin Artaud)